terça-feira, 9 de novembro de 2010

Insisto em ver poesia no mundo...

Sonho tanto, tenho tantos planos, tantas idéias, mas algo impede a concretização de tudo isso...
O que estaria me impedindo de realizar o que acredito?
Percebi que é o medo de dar certo.
Que loucura pensar que alguém tem medo de que as coisas deem certo? Mas esse medo existe em mim e eu não posso negá-lo.
O que fazer? Porque para mim o mundo é sempre poético, tem cores e novas possibilidades. Acredito que podemos realizar ações que mudam realidades viciadas, acomodadas. Sinto me verdadeiramente responsável pela manutenção de uma realidade poética, devota do belo e não da indústria do medo.
Mas como realizar? Quero responder essa pergunta, porque ela me atormenta. Sempre penso que faço muito pouco ou que não fiz quase nada da minha vida. Isso dói. No entanto, percebo que o meu julgamento sobre mim mesma é muito rígido, severo, radical, implacável... Sou uma juíza muito feroz comigo mesma.
Então pergunto: por que uma cobrança tão grande, por que tanta insatisfação ou falta de reconhecimento do que já consegui trilhar e conquistar?
Alguém me ajuda a responder? Porque me confesso cega para ter de mim mesma uma visão poética.
E o que adianta lutar pela manutenção da poesia do mundo, se insito em desfazer todas as rimas da minha vida?

4 comentários:

  1. Querida Dili...
    Pensei muito ao ler seu post, lembrei desses 3 anos de grupo, de sonhos, de conquistas, de projetos, de loucuras.
    Bom, você se pergunta sobre o que te impede de realizar tais projetos, e logo afirma que é o 'medo de dar certo'. Engraçado que geralmente as pessoas tem o medo de dar errado, medo de não conseguir realizar seus objetivos e sonhos.
    Pra mim, você deveria estar morrendo de medo agora, porque 'deu certo!'. Como você disse no comentário do blog "Chão de Giz", as ideias continuam nos movendo, você continua sonhando e nós, Filosofânticos, estamos trilhando nossos caminhos voltados para esse sonho que sempre esteve em seu coração.
    Ver o mundo sempre poético, acho eu, que é a única maneira de termos esperança de um mundo melhor para 'nossos filhos', e você, eu, todos nós somos responsáveis por isso, já que sonhamos juntos.
    Não aceito seu comentário da linha 12 desse post, pois acho sinceramente que você já fez muito para realizar seus sonhos, ajudando, pelo menos pra mim, a construir meus sonhos. Um exemplo somos nós (Eu, Géssica, Gabi, Luis, Geise e Sulamita) que estamos vivenciando uma realidade poética, mesmo estando em uma alienação cultural. Não seja tão rígida consigo mesma.
    Dili, você sonha alto, sonha grande. Olhe para trás, veja o quanto já fez, o quanto já ajudou, o quanto já conquistou. Não digo apenas no projeto, mas em sua vida toda, os amigos que fez, os lugares onde passou, as sementes que deixou. A falta de reconhecimento é algo que ainda existe, infelizmente, na sociedade alienígena, porque os que te conhecem de verdade e os que são adeptos da cultura e do mundo poético, esses sim sabem e reconhecem seu trabalho, nossos trabalhos, nossos sonhos, nossas loucuras.
    Não desfaça de sua vida essas rimas. Faça dela cada vez mais cheia de rimas, poesias, prosas, músicas, danças e filosofia...

    ps: VOCÊ É FUNDAMENTAL PARA MINHA EXISTÊNCIA !!!

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  2. Dili agora que li teu post, associei a tua pessoa (a qual não conheço)rs, a metáfora do jardineiro do Bauman, quando ele diz que os jardineiros sabem bem que tipo de plantas devem e não devem crescer e que tudo está sob seus cuidados. O jardineiro trabalham primeiramente com um arranjo feito em sua cabeça e depois o realiza. Parece-me que você tem consciência dos arranjos que já realizou, no entanto se preocupa com os tantos outros que estão ainda na tua cabeça, talvez a responsabilidade que você assume de reformar o mundo e o reconhecimento do seu potencial, gere essa cobrança tão grande em você, não por pensar que ainda não fez nada, mas por ter consciência do quanto é capaz de fazer.
    Penso que os poetas por mais que tentem não conseguem rimar as suas vidas, pois a grandeza de suas almas são tamanhas que não podem ser compreendidas nem expressadas.
    Dili não se cobre demais, se enxergue como um ser humano, entendo que ser artista da própria existência não é nem um pouco fácil, e ser agente ativo de transformação menos ainda, mas parece-me que é inegável o fato de que você já fez e continua fazendo as tuas rimas, e ajudando outros a escreverem seus próprios versos... É importante que nos preocupemos com os jardins do mundo, mais também é indispensável contemplarmos o nosso jardim privado.

    Beijo!!!

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  3. Vocês duas conseguiram me emocionar tão profundamente que as palavras fugiram e não voltaram mais, por isso, não conseguo me expressar. Sou só gratidão!!! Beijos gigantes...

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  4. Minha querida Dili,não precisa escrever palavras, você é a própria palavra.
    Beijos mil...

    ps: você é fundamental para minha existência!!!

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