Clarice Lispector
A arte é fundamental na práxis do mundo contemporâneo, porque penso que educar a sensibilidade permite que os homens sintam mais o mundo e vislumbrem novas formas de intervir praticamente nesse mundo e assim criem de fato novas maneiras de transformá-lo, indo além da linguagem literal da violência. Educar a imaginação é importante para que ela seja um elemento modificador da realidade, que também alimenta essa imaginação (há uma relação dialética entre elas) e modifica o ser dos homens (amplia a sua percepção, possibilita novas concepções de mundo). A arte aqui é vista como práxis (teoria e prática) que subsume a violência.
Gigliola Mendes
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Vivemos em um mundo onde a sensibilidade foi deixada de lado, nossa realidade hoje pouco nos oferece condição de exercer qualquer tipo de sensibilidade. A televisão limita nossa capacidade de raciocínio, a internet nos prende em um mundo sem relações pessoais, assim, produzindo indivíduos que não respeitam a integridade humana. Shopenhauer filósofo alemão atentou sobre a importância de uma educação filosófica como fuga de uma realidade que segundo a ele provoca a solidão a dor e caos. Hoje a fase tecnológica agiu como essa vontade da filosofia de shopenhauer, nos conduzindo assim a uma vida vazia de sensibilidade.
ResponderExcluirA única forma de se livrar dessa sistematização que mata a sensibilidade em todos nos, é por meio de uma educação estética. Seria o despertar da sensibilidade em cada pessoa, por meio da arte, da dança, da música e da poesia. Fontes essas que buscam na imaginação a essência dos sentimentos e a sensibilidade que nos falta. Com essa educação o mundo será visto com outros olhos, será lançado um olhar sonhador, criativo e sensível que vai resultar na transformação da realidade. Pois, a realidade será vista com o olhar infinito da sensiblidade artistica.
Shopenhauer como disse o devidizinho, mencionava e defendia uma educação estética como forma de transcendência, onde seriamos capaz de fugir do caos e da dor, que regem o mundo.
ResponderExcluirA arte é detentora de um potencial libertador único, através dela somos capazes de olhar mais além, de participar de um diálogo com ela, e a partir desse diálogo, ter a possibilidade de criar novos mundos e novas realidades.
Porém devemos ir à arte livres de conceitos, históricos e educacionais, sobre a mesma, para que assim possamos melhor se relacionar com ela, e atingi-la em seu nível subjetivo/objetivo, para extrairmos novas experiências.
Esse é um dos grandes desafios que temos, mediante um mundo sistematizado, e insensível, em que não aplicamos a ética como bem comum, e nem nos preocupamos com o outro, ou com os menos favorecidos, como defendiam Lévinas e Dussel.
Vejo a arte como o meio mais viável e possível de atingir esse desafio, pois a mesma possibilita uma oportunidade de criação e de experiência própria para todos, independente de qualquer lugar social, ou idade.
Ajudando assim a combater e transformar em coisas boas não só a violência, assim como os outros problemas sociais tão vigentes na atualidade, e ao mesmo tempo abafados pelos mais favorecidos do sistema capitalista.
A arte pode ser uma das portas para despertar a sensibilidade artística e humana, perdemos a capacidade de apreciar um belo dia de sol, de sentir o gosto de uma fruta, coisas que são consideradas simples e estão cada vez mais raras, nosso cotidiano nos submete a regras, horários e prazos que não nos permite a sensibilidade.
ResponderExcluirA correria do cotidiano não nos deixa sentir o gosto da vida, muitas vezes antes de abri a janela para saber como está o tempo lá fora, ligamos a televisão para a previsão do tempo ou ligamos o computador para saber o que sentir no dia de hoje.
Gabizinha levanta muito bem a questão de uma ética mais sensível, uma ética desapegada de valores individualistas que são condicionados para que o sistema econômico e social continue em movimento.
Lévinas é um exemplo de uma ética voltada ao cuidado do outro, buscando no rosto do próximo a sensibilidade do cuidado e da responsabilidade. É um cuidado desinteressado assim, como a visita a uma obra de arte, esse cuidado se da de forma sensível pela percepção da fragilidade do ser, encontrando a mensagem de não matar, de não violência, buscando o lado sensivel das relações humanas.
A educações estética e filosófica vão abrir uma visão do mundo que não se limitará a pensar o mundo como uma realidade acabada e finita.A visão será infinita e transcendente até as expectativas daqueles que iram transfor a realidade.
A arte vai exercer papel fundamental na transformação da realidade, pois, está será o exercício para se condicionar a visão estética do mundo. Temos que exercitar nossa sensibilidade e a arte é o meio de se alcançar essa sensibilidade, mesmo que não exista em um primeiro momento a educação estética a arte alcança o individuo pois, possui uma linguagem própria que alcança os sentimentos e a essência da alma.
As pessoas são como notas musicais, todas soam com suas especificidades, algumas graves, outras agudas, umas com tristeza e outras com alegria. Uma música precisa de todas essas notas juntas, algumas trabalham melhor juntas então forma grupos de notas, dando forma aos acordes, outras mais distintas compõem solos com notas rápidas e outras lentas, ritmo, harmonia e melodia,e o resultado é uma música desapegada de valores.
Como já citaram acima, um dos aspectos preponderantes para essa 'extinção' da sensibilidade é exatamente o modelo de vida fundado pelos avanços tecnológicos e científicos da era contemporânea, o que acarreta numa crise profunda na existência humana. Atualmente somos doutrinados para consumir tudo aquilo que nos oferecem, no intuito maior de se dar seguimento ao sistema econômico e à padronização das pessoas. Uma das abordagens que mais figuram isso, é a crítica dos filósofos Adorno e Horkheimer, ambos pertencentes à Escola de Frankfurt, onde desenvolvem o termo ‘indústria cultural’ para explicitarem o domínio da lógica capitalista que impera sobre nossos valores, construindo inclusive uma utilidade específica pra arte: vendê-la como outro produto qualquer à favor do divertimento barato, no objetivo de homogeneização comportamental, ou seja, alienação.
ResponderExcluirTemos ainda a supremacia da razão, que determina ao homem uma supervalorização do saber científico, racionalista, como diria Nietzsche, o princípio apolíneo. Embora se nos tornamos seres extremamente racionalistas, acabamos por extinguir a sensibilidade, a subjetividade e a criatividade advindas de um outro princípio, o dionisíaco. Este é o nosso embate existencial atual, pois ao mesmo tempo em que somos extremamente ‘evoluídos’, por outro lado perdemos por estes longos séculos valores intrínsecos ao nosso ser, ou seja, criamos dogmas para eternizar e divinizar a razão enquanto extinguimos e banalizamos nossa sensibilidade. Temos então a dogmatização dos contra-valores.
Será que tem como tornar o modelo de vida atual, em um modelo que atinge a todos os humanos em qualquer lugar?
ResponderExcluirTemos que nos basear e nunca esquecer que tratamos aqui na arte como um todo, aplica-se todos os seus âmbitos.
Através da arte, podemos nos conhecer e estipular visões, e conclusões momentâneas do mundo no qual fazemos parte.
"Nietzsche introduz na sua estética dois princípios, que nomeia segundo os deuses gregos Apolo e Dionísio. Estas divindades encarnam, para Nietzsche, as duas “pulsões artísticas da natureza” e que se manifestam na vida quotidiana por meio dos estados psicológicos do ser humano. Enquanto Apolo representa a satisfação onírica, Dionísio remete ao estado da embriaguez. O sonho e a embriaguez."
Vemos que os dois opostos, Apolo e Dionísio, se completam na estética de Nietzsche, no campo da arte cabe a confrontação entre os oposto, de maneira que essa venha contribuir para um novo olhar e uma nova interpretação dela.
A arte é inesgotável, ela sempre vai estar aberta a qualquer interpretação, mesmo uma interpretação com um fim não artístico, como é o caso da crítica, pois a mesma estará olhando a obra de arte como finalizada. O que não acontece, pois sempre haverá espaço em seu plano subjetivo para um novo olhar e uma nova interpretação.
A indústria cultural citada brilhantemente pela nossa amiga Cláudinha é um exemplo predominante da nossa realidade. O dogmatismo que a ciência hoje exerce é um dos problemas que está embutido no nosso cotidiano, à ciência que antes era vista como o rompimento dos dogmas, hoje assumi condição de religião.
ResponderExcluirA ciência hoje é irrefutável na sua condição de produzir respostas, por isso à necessidade de se exercer umaa critica consistente, papel esse que a filosofia da ciência tenta exercer.
A tecnologia substituiu a sensibilidade humana nos levando para uma prisão de conforto, onde somos reféns da nossa própria criação, vivemos uma alegoria da caverna moderna.
Até a arte não escapa ao mostro da sistematização, a música, por exemplo, se tornou objeto comercial, perdendo seu aspecto de criatividade e transcendência, hoje vivemos a realidade da música comercial, ou seja, a música que é feita para venda e lucro. O reflexo disso é uma cultura pobre e pouco criativa.
A música é apenas uma das artes, mas, todas elas são prejudicadas por essa onda avassaladora da sistematização e da tecnologia, devemos encontrar nossa essência e fazer da arte expressão de sentimento e ferramenta de mudança interna e externa.
Será que perdemos nossa condição humana? Quero citar aqui um trecho da música “Crônica” de composição de Humberto Gessiger onde ele diz “você que tem idéias tão modernas é o mesmo homem que vivia nas cavernas” Ou seja, o homem continua o mesmo só se perdeu em algum lugar desse mundo Globalizado. Acredito que uma educação filosófica, junto com educação estética, usando da e arte como mecanismo de exercício da sensibilidade, pode ocasionar grandes mudanças
Algumas indagações me surgiram e a primeira apartir do seguinte fragmento: “Educar a imaginação é importante para que ela seja um elemento modificador da realidade...”, como educar a imaginação? Como educar uma imaginação que é capaz de imaginar uma linha imaginária? Que sonha com o que não se pode ver? Não consigo pensar em uma imaginação educada. A arte por ser autônoma sempre nos proporciona uma nova leitura dos sentidos das coisas, o discurso de positividade não compreende a arte por essa não permitir um final, na obra de arte não existe totalidade, a obra cria modos de fazer, o leitor quando visita a obra utiliza a sua subjetividade para fazer a leitura, existe ai um modo de conhecer individual que só cabe ao interprete, pois sua vivência é única. A arte como já citado, nos ajuda a sentir mais o mundo e de fato transformá-lo, e isso é possível pelo fato da obra possuir um caráter inovador e ter a característica de “tocar” o leitor enquanto “ser”, de fazer com que o interprete se compreenda a partir dela (a obra de arte).
ResponderExcluirDevid concordo quando fala que “Vivemos em um mundo onde a sensibilidade foi deixada de lado...” no entanto discordo quando aponta as supostas causas, televisão, intenet e etc, se a sensibilidade foi abandonada, os grandes culpados somos nós. Temos inúmeras formas de Arte, a poesia, a música, a pintura, a dança e tantas outras e mesmo assim preferimos continuar com nosso discurso que não somos “educados” para a arte, ou para sentir, então porque não tomamos a iniciativa própria de construir essa “educação” já que ela não nos é oferecida??? Talvez porque como a Gabrielle disse a “arte é detentora de um potencial libertador único, através dela somos capazes de olhar mais além, de participar de um diálogo com ela...”, será que realmente queremos enxergar esse além que a Arte nos oferece??? Ou preferimos o discurso monoteísta, que nos oferece pronta e acabada a explicação do que somos ou devemos ser??? Queremos de fato outra realidade??? Outro mundo??? Ou esse é apenas o novo discurso da moda???? Penso que o nosso grande desafio não é o mundo sistematizado e sim nós mesmos. ‘Temos que parar de tentar viver o cara da TV que vence a briga sem suar e ganha aplausos sem querer’, temos que ‘ fazer parte do contexto, ser capa de edição especial, e também ser a contra capa porque ser a capa e ser contra a capa é a beleza da contradição’. Devid meu sonho é que fossemos como as notas musicais, pois elas desfrutam de uma liberdade invejável, isso talvez seja possível quando compreendermos que nós somos responsáveis por nós mesmo, pois, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim?? Quando assumirmos as rédeas da nossa vida e percebermos que favela não é hotel e vida não é novela ai sim vamos sair do plano teórico para o prático e as mudanças de fato aconteceram. E a Arte acredito eu é um dos melhores meios que dispomos...
Estou tão feliz de ver nosso blog "bombando"!!! Esse é de fato meu sonho de consumo: construir o conhecimento com a participação intensa, interativa e interessada de vocês. Estou arrepiada!
ResponderExcluirEu acredito demais em tudo o que foi dito!!! Viva a sensibilidade, a arte e a educação estética e filosófica!
Mas senti falta do VERBO NO PRESENTE no discurso de vocês. Tudo que é dito está como uma possibilidade futura, algo que será feito, que promoverá mudanças, que poderá levar à transcendencia e à transformação do mundo...
Então, porque não pensamos um pouco NO PRESENTE? O que esse nosso mundo - que merece todas as críticas que fizemos a ele - tem de positivo, de bom, de potencial para iniciarmos agora as mudanças que tanto desejamos? Para que o nosso mundo seja de fato sensível, mais humano, filosófico... Quais são os germes desse novo mundo que já existem hoje e que podemos ressaltá-los para já transformar a nossa história?
Deivid, fale mais sobre isso: "Com essa educação o mundo será visto com outros olhos, será lançado um olhar sonhador, criativo e sensível que vai resultar na transformação da realidade."
Gabi, fale mais sobre isso: "Vejo a arte como o meio mais viável e possível de atingir esse desafio, pois a mesma possibilita uma oportunidade de criação e de experiência própria para todos, independente de qualquer lugar social, ou idade."
Claudinha e Angélica, sejam bem vindas, postem sempre, nos ajudem em nossa tarefa árdua de querer debater, trocar, pensar, dançar, ter uma existência artísitca e sermos nós mesmos...
Novamente, citando o que Gabi postou, quero fazer uma pergunta para todos nós pensarmos:
Qual seria o MODELO DE VIDA ATUAL? Isso existe?
Beijos enormes, Dili.
"Vejo a arte como o meio mais viável e possível de atingir esse desafio, pois a mesma possibilita uma oportunidade de criação e de experiência própria para todos, independente de qualquer lugar social, ou idade."
ResponderExcluirBom, vamos tentar falar mais sobre isso, a arte existe,se pensarmos bem, desde o surgimento dos homens, sem distinção entre um ou outro indivíduo. Em seu espaço cabe, e é aceito todo o tipo de interpretação. Ela é capaz de atingir a todos, pois em algum momento está presente na vida de alguém.
Seria por esse motivo o meio mais viável, e também porque quando vamos á obra livres de conceitos dados sobre a mesma, me refiro aqui a conceitos históricos do tipo: o autor ou pintor fez isso porque queria transmitir isso e pronto, não devemos nos permitir a experimentar uma relação nova com a obra, a partir das minhas experiências de vida, para que, fazendo essa relação, eu possa ter umtipo de interpretação e imaginação própria.
A arte seria a possibilidade mais própria para atingir esse desafio, justamente por não se encontrar nela, enquanto obra disprendida de meios massificantes, limites de interpretações, experiências, relações e interpretações, que poderei fazer através de mim mesmo.
Qual seria o MODELO DE VIDA ATUAL? Isso existe?
Boa pergunta, creio que o modelo de vida atual seria um pré estabelecimento daquilo que eu devo fazer, pensar, sentir, não que todos sigam exatamente essas determinações, mas o que vejo hoje, como bem indagou a Angélicazinha, são pessoas que não sabem quem são, e sim que se baseiam em modelos de tv, personagens de novela, que acabam muitas vezes por adotar outro tipo de personalidade, ou porque está na moda ou porque meus ídolos são melhores que eu mesmo. Será que é tão difícil assim pensarmos em nós mesmo como nós mesmos? Adotar estilos já criados, e criar diante de si máscaras é o que mais tem acontecido. Claro que também existem pessoas que lutam diariamente para ter a satisfação de se conhecer mais.
Se pararmos para analisar teremos um exemplo muito claro, o casamento. Se me conheço bem, e sou capaz de determinar meus limites, a partir de meus interesses e dialogar com o outro sem cometer alguma injustiça, não que sejamos perfeito, somos capazes então de manter relações duradouras e sadias. Conhecer primeiro a si mesmo, é fundamental para que eu possa conhecer o outro e saber adota-lo em minha vida como uma pessoa que vai acrescentar no meu comnhecimento, e também em meus sentimentos, e que a troca seja recíproca.
Esse modelo de vida atual, pode ser sim aliénativo por se tratar de sempre ser pensado de forma massificante, e não de ser pensado primeiro como um bem estar comun, vemos isso presente na ética de Lévinas e na sua disntinção entre o Eu e o Outro fugindo do sistema tradicional ocidental que a sociedade, capitalista, insiste em preservar.
Assim como a Angélica disse: “como educar a imaginação? Como educar uma imaginação que é capaz de imaginar uma linha imaginária? Que sonha com o que não se pode ver?” creio que não exista um maneira ideal de se educar a imaginação, talvez isso nem seja possível, mas creio que a mesma é ponto de partida para tudo na vida, é através dela que suponho como as coisas serão, na minha visão ela é a principal dententora do conhecimento original, bruto, que irá ser pensado e lançado para fora de nós depois. Ela visualiza o que ainda não podemos ver, mas que talvez possamos criar, e desenvolver. Muitas vezes a imaginação é monosprezada e jogada fora, por se pensar que ela é algo que só deve ocorrer na infância, e isso é um erro terrível, mas muito cometido entre nós.
Quando estabeleço a ida a obra, imagino como ela será, e ao me deparar com ela penso, e sinto, pois ela me possibilita isso, e eu também me possibilito isso, uma interpretação nunca é igual a outra, pois sempre há algo novo, como dizia Heráclito, não somos a mesma pessoa, pois estamos em constante mudança.
Arte e imaginação andam juntas, e talvez não seja necessário ter um “educação para a imaginação” e sim uma valorização da imaginação.
alienativo*, ai esse erro eu não suportei, desculpem =/
ResponderExcluirFilha, estou muito orgulhosa de você!!! Sua argumentação está cada dia mais profunda!!!
ResponderExcluirBom, eu concordo com você e com a Angélica sobre a dificuldade que existe em pensar uma educação para a imaginação e acho que, um primeiro passo, seria valorizar a imaginação, como uma faculdade do conhecimento fundamental para uma vida mais humana. Ou seja, construirmos uma cultura que veja a importância de imaginar em qualquer fase da vida, de pensar sempre novas formas de agir, para que possamos agir de forma diferente e não mais focar nesse modelo de sociedade racional - da valorização da razão instrumental, como a Claudinha nos apresentou em seu comentário. Por isso, lancei a questão de pensarmos no PRESENTE e de encontrarmos vazios, espaços, nichos, germes na sociedade da qual fazemos parte, para iniciarmos ações com novos paradigmas, tendo a imaginação como guia - sem desconsiderar as outras capacidades humanas, as outras visões de mundo. Dessa forma, coloco a questão da importância de se educar a imaginação, de formar as pessoas nesse caminho, e isso não precisa ser pensado com a nossa perspectiva de educacional formal, não educamos apenas na escola tradicional. Existem vários âmbitos em nossa sociedade contemporânea em que a educação se realiza: na escola, nas igrejas, nos partidos, no shopping, na internet, nas festas, nas tribos urbanas... Essa minha proposta de pensar uma educação para a imaginação não é algo pronto, é uma proposta, uma tentativa de se pensar um outro tipo de formação para as pessoas.
O que seria educar a imaginação? Isso é possível? Seria proveitoso?
Parece contraditória essa proposta e na verdade ela é, porque como posso educar algo que por princípio é livre, que tem como pressuposto criar, construir novas formas, as vezes até improváveis? É possível ser fruto de uma educação e ao mesmo tempo ser livre?
Mas questiono: como alguém consegue ser livre DE FATO e não apenas POR DIREITO? Isso é possível sem que o ser tenha uma formação, uma educação, a consciência da responsabilidade de suas ações, do seu papel social, da importância do respeito a si e ao outro, do conceito de bem individual e de bem comum? Como buscar o que é bom para mim sem ter um conceito de bem que me guie? Indo mais além: como fazer o BEM para o OUTRO, ou sendo mais realista e pragmática, como fazer o maior bem possível em minhas ações sem ter uma formação, uma condução, uma direção?
Enfim, a educação é importante para quem almeja a liberdade DE FATO e isso é uma contradição, mas o que nesse mundo não contém em si a contradição?
Então a pergunta central da nossa reflexão seria: como seria uma educação para a liberdade? Espero que vocês me ajudem a responder, ou, como adoro, que me ajudem a encontrar novas perguntas!!! Beijos, Dili.
bem...eu nao sei muito o q dizer...mas so sei q a educaçao precisa ser mais estudada nas escolas..ainda existe pessoas q nao sabem educar seus filhos eu axo q pra educar deveria ter uma certa noçao.. enfim..é o q eu penso...OBrigadU..xD
ResponderExcluirDepois de um longo tempo, estou de volta
ResponderExcluirEDUCAR A IMAGINAÇÃO
Pra falar a verdade não penso na imaginação de forma tão livre como pensa nossa colega Angélica. Nossa imaginação advém de todas as informações guardadas ao longo do tempo, ao longo dos dias que vivenciamos. Nós por completo, somos um conjunto de experiências vividas e a cada respirar, a cada batimento cardíaco por minuto, nosso ser é construído e com isso nossa imaginação também é construída. Durante esses dias refleti sobre como poderia escrever um livro e descobri um fato inédito que talvez alguém tivesse tentado me alertar e eu não tenha dado ouvidos, ou então foi uma descoberta; descobri que para criarmos algo, nós temos que vivenciar aquilo. E cheguei a conclusão de que para criar algo, para gerar algo, esse algo deve partir de tudo aquilo que vivenciei ou aquilo que vivo. Não quero dizer com isso que autoras como Stephanie Meyer, autora da série crepúsculo e J.K. Rowling, autora da série Harry Potter; tenham vivido nos mundos fantásticos de suas histórias, mas elas vivenciaram aquilo através de suas leituras, através do seu contato com outras obras, através do seu contato com outras pessoas, enfim o resultado de suas obras é um número sem-fim de experiências por elas vividas, desde às mais simples como acordar até mesmo à leitura de um livro enorme de centenas de páginas. O que eu quero dizer com isto é que ao selecionarmos as informações que queremos receber podemos sim educar nossa imaginação, trabalhá-la e construir nossa personalidade, o nosso EU. As pessoas querem reproduzir modelos famosos da TV porque esse é o contato que elas tem com o mundo, essa é a informação que elas recebem, é dessa forma que ela está construindo sua personalidade. E isso vale para tudo.
QUAL SERIA O MODELO DE VIDA ATUAL
Sempre existiu um modelo de vida que nos é imposto, desde que nascemos somos condicionados geneticamente a um modelo de vida, nascemos de uma mulher, e teoricamente deveriamos mamar em seu seio, e ela juntamente com seu companheiro deveriam nos prover alimento e sustento, até sermos capazes de gerar novos filhos e procurar nosso próprio alimento e sustento. Com a evolução do homem (isso partindo do pressuposto científico de que o homem é evolução de uma espécie primata) e consequentemente evolução da sua forma de organização social, o modelo de vida se estendeu e saiu do sentido animal (nascer, crescer, desenvolver, reproduzir e morrer) e partiu para o sentido social. Isso pode ser visto em todas as décadas de que se tem relatos históricos. E hoje um modelo de vida que podemos citar muito bem, é de que ser bem-sucedido na vida é ter um cargo-público porque servidor público não faz nada e ganha bem. E um detalhe ao qual havia esquecido de incluir, existe também o modelo de vida imposto pelos nossos pais, que desde nosso nascimento criam expectativas sobre o nosso viver.
COMO ALGUÉM CONSEGUE SER LIVRE DE FATO E NÃO APENAS POR DIREITO?
Mas ser LIVRE DO QUÊ?? “Poder” é restringir o espaço de liberdade de algo ou alguém, ou mesmo influenciar esse algo ou alguém a ceder esse espaço. Portanto não acredito em liberdade plena, afinal sempre estamos restringidos por algo ou alguém. Um casal de namorados, por mais que estejam livres para deixar um ao outro no momento em que querem não o fazem porque um exerce uma relação de poder, de conquista sobre o outro. Quando um deles abandona o outro o faz porque algo retirou o domínio que o outro exercia, seja porque um novo pensamento tomou conta de sua mente ou seja porque ou outro não impõe mais o respeito que antes impunha.
Luis vejo esse tal ‘condicionamento’ como um obstáculo a ser superado por cada individuo. Essa questão de ‘condição’ (e entendida aqui em todos os aspectos, financeiro, genético, social e etc) é para mim um discurso de justificação do ‘conformismo’, porque condição não é determinação, um exemplo claro disso é as paraolimpíadas, quer superação de um condicionamento físico e emocional maior que a dos atletas paraolímpicos? Quando você fala sobre o modelo de vida e sita o serviço público, vejo ai um modelo de vida aqui de Brasília, pois essa ‘cultura’ de concurso é muito forte aqui, quando saímos para outros estados vemos que isso não é tão presente assim, e penso não existir UM modelo de vida mais VÁRIOS, e ai entra a nossa suposta ‘LIBERDADE’, pois temos capacidade para pensar todos esses modelos e as ideologias intrínsecas, e fazermos nossas ‘próprias’ escolhas, no entanto quando penso em liberdade me surgem várias questão algumas delas são: como pensar ‘minha’ liberdade dentro da liberdade do ‘Outro’? Existe ‘sentido’ em ser livre? Pois que sentido tem hoje complicar a vida mergulhando nos fundamentos das coisas, quando tudo nos é oferecido de forma ‘espetacular’? Pertencer à pequena raça humana, é de algum modo, uma experiência libertadora?
ResponderExcluirVoltando agora para a questão do educar a imaginação parece-me que como você mesmo disse temos visões bem diferentes. Não acredito que para criarmos algo temos que ter vivenciado, pois, como teríamos as inovações? As revoluções? Se pararmos para pensar desde os objetos mais comuns como uma escova de dente até projetos mais elaborados como um computador de ultima geração eles antes de se concretizarem existiram primeiramente na imaginação do seu criador, e aqui volto a questão discutida no inicio do fórum, a arte, a beleza da obra de arte esta justamente na ‘inauguração’ de uma realidade, o artista é aquele que cria mundos e torna-os habitáveis; e a beleza da arte é justamente proporcionar uma nova leitura dos sentidos das coisas, ela, a arte desvela a realidade apresentada, por isso é autônoma, e aqui peço licença e abro um parênteses para as histórias que o Luis comenta. (CREPUSCULO, não é algo que a autora Stephanie Meyer tenha vivenciado (nem mesmo como o Luis sugere através de outras leituras), porque alguém já leu algum livro em que os vampiros brilhem no sol? Ou que tenha lobisomem sem pelos, depilados como é o caso de crepúsculo? De onde ela tirou isso??? O único lugar que isso existe é na imaginação dela. Agora não mais depois de todo o SUCESSO dos filmes.) isso que chamo de imaginação, é a faculdade que nos permite fantasiar, inventar, e no caso da Stephanie Meyer mesmo achando que ela fudeu com a história dos vampiros e também com a dos lobisomens é inegável que ela tem uma imaginação fértil muito fértil, no entanto não compreendo seus livros como obra de arte visto que a história não é autônoma ela depende da ‘lenda’ dos vampiros e lobos, é apenas uma versão “maquiada” das histórias já escritas. Voltando a questão da nossa imaginação, acredito que não só podemos como devemos trabalhar essa faculdade,que sem duvida nos ajuda com a constante construção do nosso “ser”, mais para isso temos que acreditar que somos capazes de sair do campo imaginário para o real e que possamos colocar em prática o que refletimos pois não é suficiente pensarmos nos problemas e possíveis soluções é necessário que façamos verdadeiramente algo que mude a realidade em que estamos inseridos.
“A imaginação é tudo, é a prévia das atrações futuras” Albert Einstein
Dançar
ResponderExcluirDançar é como crescer
Um processo lento, cheio de surpresas e lutas.
A realização de feitos que parecem
impossíveis de se concretizar.
Acrobacias que exigem muito mais que
horas de treinamento.
Que só a ousadia tem a capacidade de explicar.
Um constante aprendizado
para o qual nem sempre acham necessário nos preparar.
É preciso ter talento.
Saber misturar, em doses certas,
força e sensibilidade.
Conhecer limites e capacidades.
Sem temer fracassos.
Amar. Amar-se
Sem medos.
Corpo e mente em perfeita harmonia
Essa integração é o segredo da eterna liberdade,
que nos permite alcançar vôos muito, mas muito maiores.
Isto é Dançar!!
que cada passo seja dado como um grande voo
ResponderExcluirque possamos um dia
sair do chao
e voa para longe
e ve nossos sonhos
crescer
A arte em si faz as pessoas perceberem que construir é melhor que destruir e nos dá a liberdade de recriarmos a realidade a partir de nossas percepções interiores.Acho que através dela percebemos o mundo de uma forma diferente também.
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