quarta-feira, 16 de junho de 2010

Fórum discursivo

"Escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra"


Clarice Lispector




A arte é fundamental na práxis do mundo contemporâneo, porque penso que educar a sensibilidade permite que os homens sintam mais o mundo e vislumbrem novas formas de intervir praticamente nesse mundo e assim criem de fato novas maneiras de transformá-lo, indo além da linguagem literal da violência. Educar a imaginação é importante para que ela seja um elemento modificador da realidade, que também alimenta essa imaginação (há uma relação dialética entre elas) e modifica o ser dos homens (amplia a sua percepção, possibilita novas concepções de mundo). A arte aqui é vista como práxis (teoria e prática) que subsume a violência.
Gigliola Mendes

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Atenção galera que ama dançar! Agora temos um curso de Licenciatura em dança em Brasília



Veja a entrevista concedida pela profª. Msc. Ana Carolina Mendes:




Licenciatura em Dança no Instituto Federal de Brasília. Inscrições vão até 18 de junho de 2010



A coordenadora, Profª. Msc. Ana Carolina Mendes, concede entrevista sobre a proposta do curso. Confira!



O que é a Licenciatura em Dança?



R: É um curso superior de graduação que formará professores de dança.



Que tipo de dança?



R: A dança é abordada nessa licenciatura de forma ampla, como a expressão artística do ser humano através do seu movimento. Então, não formaremos professores para ensinar um estilo específico de dança, mas professores capazes de analisar os fundamentos da dança existentes em todos os estilos e capazes de desenvolver em seus alunos o potencial expressivo que possuem em sua movimentação pessoal. Há um ?estilo? de dança próprio em cada um de nós!



Onde esse profissional poderá trabalhar?



R: Nossa licenciatura está voltada para a formação de professores para atuarem na educação básica, em todos os níveis e modalidades de ensino. Então, nossos formandos poderão trabalhar em escolas das redes pública e privada. Mas o mercado de trabalho para o professor de dança é mais amplo. O profissional licenciado em dança poderá dar aulas em academias de dança, em clubes, em espaços comunitários e muitos outros locais, e ainda, atuar como dançarino ou coreógrafo, entre outras ações específicas da dança.



Qual o tempo de duração do curso?



R: O curso é uma licenciatura e tem duração de 8 semestres (4 anos).



Quem pode fazer esse curso?



R: Qualquer pessoa que tenha completado o ensino médio.



Como é a forma de ingresso no curso?



R: Para ingressar no curso é preciso fazer a prova do vestibular e também a prova de aptidão.



Só quem já faz dança há muito tempo é que pode participar?



R: Não! A prova de aptidão é justamente para ver quem tem potencial para a dança, mesmo que não tenha feito dança antes.



O curso vai funcionar em que lugar?



R: Até que o Campus Brasília esteja concluído na L2 Norte ? Quadra 610 / Asa Norte, o curso funcionará no Centro de Danças do DF, no Setor de Autarquias Norte, próximo ao Teatro Nacional.

sábado, 12 de junho de 2010

Confiança

Alguém para desabafar, alguém para contar nossos segredos, alguém para rir conosco de nossas mancadas... Pois é, todos nós estamos à procura de alguém em quem confiar.




A confiança nos retira o sentimento de solidão, pois é uma porta que permite a entrada de pessoas em nossa vida. Cabe a nós deixarmos que elas entrem ou não. Quando não confiamos em ninguém, nos tornamos solitários, fechados, resmungões e não seguimos em frente. Ao contrário, quando temos alguém em quem confiar, somos alegres e cheios de vida, pois preferimos confiar nas pessoas que amamos, já que estas nos fazem crescer.


Em um mundo como o nosso, onde aquele que é superior aos outros consegue os melhores cargos, é difícil cultivar amizades verdadeiras. É difícil confiar, pois a qualquer hora podemos ser traídos. Mas será que já nos perguntamos se somos capazes de receber a confiança dos outros? Se seríamos capazes de trair o próximo?


Afinal, o que seria traição? Enganar uma pessoa? Romper um contrato social? Revelar os segredos de alguém? Usar mascaras na frente dos outros? Pois é, a traição está mais próxima de nós do que imaginamos. Ela faz parte da nossa vida. Um bom exemplo é quando colamos em uma prova e tiramos uma ótima nota. Não enganamos somente o professor, mas a nós mesmos. Traímos nossa própria confiança, pois se nós não acreditamos no que aprendemos e no que somos capazes e encontramos uma outra forma de nos dar bem, assumimos mentiras, neste caso, uma nota que não é nossa.


Se não somos capazes de confiar em nós mesmos, seriamos capazes de confiar nos outros? Ou ainda, ser uma pessoa de confiança? Está ai um ponto que mexe com o nosso humano jeito de ser: é preciso que os outros ganhem a nossa confiança, mas não sabemos como demonstrar a nossa fidelidade ao outro.


Na dança é assim, não nos construímos sozinhos, precisamos do outro. E para isso é necessário acreditar. Acreditar no coreógrafo e na coreografia, acreditar na música e nos passos, acreditar nos dançarinos e no público, acreditar na iluminação e no figurino, acreditar nos outros e em nós mesmos, acreditar...


Somos um grupo, vivemos em comunidade, dependemos tanto das pessoas como elas dependem de nós. Não há uma receita para se transmitir confiança. Há o tempo, o tempo necessário para que se possa tomar decisões e mostrar aos outros e a nós o valor de nossas atitudes.
Yasmin Gomes

Quem somos? Qual a importância das pessoas em nossa vida?

A cada dia que passa não sabemos ao certo o que acontece. As horas passam os dias também, e acabamos então, por nos deparar com o vazio. Analisar o que ocorre a nossa volta e em nossa vida não é algo tão simples, esse fato requer mais do que um pouquinho de atenção.

Vivemos em um mundo onde cada vez mais o individualismo prevalece, as amizades se tornam frias e são julgadas desnecessárias e rápidas demais para que possam significar alguma coisa, os sentimentos são totalmente banalizados, e a vida é trocada por qualquer coisa. Somos pessoas modernas, desenvolvidas, mas que não sabemos o que realmente somos e muito menos o significado do ser. Segundo Nietzsche, nos tornamos aquilo que somos. Se não sabemos a importância de nossa existência e nem o que estamos fazendo com ela nos tornamos um ponto no vazio, um nada. Acabamos por perder a liberdade sobre nós mesmos, com isso deixamos de notar e sentir coisas essenciais para nossa vida, e para uma possível compreensão de nossa existência, enquanto indivíduo. Os meios de comunicação, e de consumo tem tornado o ser humano cada vez mais dependente, não de outro ser humano, e sim das maquinas, dando a falsa impressão de que somos auto-suficientes, e nos dando o falso conceito sobre o mundo no qual realmente vivemos, e nos privando, muitas vezes da relação com o próximo.

Chegamos a um momento em que temos a necessidade de pessoas que consigam pensar por si e sobre si. Só podemos alcançar um grande êxito quando permanecemos fiéis a nós mesmo – Nietzsche. Ter a capacidade de se desenvolver, emocionalmente e criticamente a partir de nós mesmo, eis uma das tarefas e necessidade da qual julgo mais difícil que qualquer outra. Muitas vezes o falso saber é apenas o compreender as coisas que mais nos convém, o verdadeiro saber ao homem é mais difícil, pois este requer não só o conhecimento de si, como também o conhecimento do outro, é saber admitir que não exista apenas uma verdade, e sim muitas verdades, pois cada um é composto de muitas definições diferentes, e saber aceita-las e compreende-las, mesmo discordando, é dar um, dos muitos significados, a existência da razão humana.

A religião não consegue suprir a necessidade do individuo de perguntar e muito menos de conhecer-se. Pensar criticamente para a instituição religiosa é quebrar as correntes das barreiras do pensamento e se libertar para uma participação mais ativa na própria construção da historicidade, e da história do mundo. A religião diminuiu a vida como algo além do que se esta vivendo. As morais e as virtudes foram estipuladas mediante um conceito de vida que não sabemos ao certo se existe e se pode ser considerada como um modelo para a vida terrena.

Devido à grande tecnologia nos distanciamos uns dos outros, e acabamos por esquecer que muitas vezes a solução dos nossos problemas pode estar no simples contato com o outro, e que para a cura de nossa doença basta, muitas vezes, apenas um forte abraço. Porém ainda há algo no qual o contato com o próximo e com si mesmo, é uma das coisas primordiais, a dança. É na dança onde cada um de nós abre horizontes de vários modos, onde podemos deixar de representar e sermos o que gostaríamos de ser, onde devemos estar em profunda sintonia com o outro e conosco, para que possamos atingir uma plenitude e uma sensação única, que se torna inexplicável até para aqueles que dançam com a alma e o coração tão interligados que acabam se tornando um só. A dança não só nos eleva a um modo de espírito único, também nos entrega amizades verdadeiras e duradouras, felicidade, alegria, educação, saúde e vários outros sentimentos tão raros e tão preciosos no mundo atual. Nela se encontra a verdadeira mistura de toda existência humana. A dança é como o ser humano, um ponto sem fim na existência, com sua multiplicidade e possibilidades, que nunca estará acabada, e que poderá ter varias e indefinidas definições a partir do olhar de quem ver, ou de quem entrega a vida a ela para poder estar sempre criando mundos a partir da realidade que se apresenta. A dança jamais é instituída. Ela é construída a partir de vários pontos de vista, de varias verdades, e de diversos olhares. Dançar é ser de corpo, alma e coração. É acreditar que de alguma forma mudamos alguma coisa importante não só em nós mesmos como nos outros, a cada movimento que fazemos.

A arte de dançar pode ser considerada uma das soluções para a grande dor da existência humana, de não saber o que somos, para que estamos aqui, e qual a finalidade da vida. “Porque ela é movimento que liberta o ser humano e a vida é também movimento. Nada se identifica mais à existência do que a dança – Nietzsche”.
                                                                                            Gabrielle Barreto