Estou sozinha no mundo! E agora? Sem ninguém pra conversar, sem ninguém pra tirar fotos, sem ninguém para beijar...
Na rua deserta comecei a chorar. Chorei, chorei até minhas forças se esgotarem. Depois do choro, veio o silêncio. Passei horas a fio em silêncio e de repente percebi que eu não estava sozinha, mas que foram as outras pessoas que se isolaram nesse mundo. Por que?
Essa situação me fazia mal. Logo eu que gosto de tirar foto na minha antiga Polaroid, de caminhar no parque no final da tarde, de conversar com meus amigos, mesmo que seja apenas para dizer besteiras...
Mas nesse momento senti-me sozinha. Queria procurar um cenário, um fundo para uma super foto com o meu melhor amigo e ele me aconselhou:
- Pegue uma foto que já temos e encontre um belo cenário no 'foto shop'.
Em seguida eu disse aos meus irmãos que precisava caminhar mais, que queria exercitar o corpo. Foi aí que eles decidiram me dar uma esteira de presente. Senti-me sozinha novamente. Precisei muito de um ombro amigo para desabafar, mas só consegui ajuda quando entrei no 'Messenger'.
COLETIVO FILOSOFANÇA
Eu não sabia o que fazer. O que fazer? Estou sozinha, sem ninguém aqui. Mas descobri que se quero companhia devo me adaptar, mesmo não concordando e sentindo falta daqueles belos momentos que passei. Decidi me infiltrar nesse mundo estranho para tentar resgatar todos que amo e reconduzi-los para a essência inicial; e não simplesmente aceitar o que foi imposto para mim. Confesso que é uma tarefa árdua, cansativa e que posso não atingir o êxito. Passei a mergulhar mais dentro de mim, para poder primeiro me conhecer e falar aos demais seres que nós somos a melhor coisa que existe.
No entanto esse mundo que se faz tão estranho para mim é para os outros uma maravilha, então comecei a pensar que de fato eu estava sozinha. Mas talvez existissem outras pessoas com o mesmo questionamento a respeito disso. Foi ai que comecei a procura por pessoas que quisessem me ajudar no resgate da essência inicial e assim descobri que eu não sou a única no mundo que me sinto só. Isso me deu forças para seguir em frente. Na verdade, descobri que a solidão era mais um antagonista da minha novela chamada vida. Dessa forma, me libertei e descobri que posso ser qualquer personagem do mundo que construir.
Dias depois, ainda firme em meus objetivos, conheci um rapaz chamado Matheus e, conversando com ele, percebi que aspirava às mesmas coisas que eu, que não se contentava com a mediocridade dos seres humanos, que também se sentia sozinho e que, por causa disso, iniciou a mesma busca. A partir daí, eu e Matheus começamos a compartilhar nossas angústias e a pensar em uma possível solução para a solidão.
Ele me disse que a solidão vai e volta, porque sempre a deixamos voltar, basta ter uma decepção. Contou-me que o ser humano é muito difícil de entender, que é capaz de se libertar e de se prender várias vezes por pura falta de atenção. Mas então, eu perguntei:
- Como pensar em uma possível solução para a solidão, se esta às vezes é necessária? Como me prendo e me liberto de uma coisa da qual de fato às vezes necessito?
Eu e meu novo amigo começamos a pensar nessas questões e em como ajudar os outros a entender a solidão. Foi nesse momento que ele me revelou que a solidão não tem cura, mas que tem tratamento: um tratamento baseado no controle de si mesmo e na compreensão das suas origens. E concordou comigo que ela não é só um mal, mas que às vezes é necessária, uma vez que tudo em excesso faz mal e que essa regra não seria diferente para a solidão.
Continuamos a pensar nessas questões por outras longas horas e percebemos que as pessoas, por mais que não saibam, vivem em uma solidão constante. Contentam-se com as poucas coisas que a sociedade impõe, achando muito; adaptam-se a mesmice, não pensam, não questionam e ainda se denominam pessoas felizes. Mas que felicidade é essa? A que você tem em algum momento no trabalho, a de conseguir fazer algo que você já sabia que conseguiria ou a de fazer uma faculdade que você sabe que te dará dinheiro e um bom status profissional, um bom lugar no mercado de trabalho? E depois? O que fazer? O que fazer para mudar essa realidade que está tão enraizada na humanidade? Será que de fato ela é tão prejudicial assim, já que é isso que a maioria almeja?
Eu e Matheus voltamos para casa, cansados e sem respostas, mas felizes por termos nos encontrado e por percebermos que não estamos mais sozinhos. É... Felizes! Embora saibamos que ainda há um longo caminho a percorrer.
COLETIVO FILOSOFANÇA
Adorei a segunda história coletiva, gostei mais dessa do que da anterior. Pensamento importante de que é necessário estar só e que é necessário também termos a companhia de alguém
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