quinta-feira, 16 de setembro de 2010

DANÇA e FILOSOFIA

"Quem se dedica à Filosofia põe-se à procura do homem, escuta o que ele diz, observa o que ele faz e se interessa por sua palavra e ação, desejo de partilhar com seus concidadãos, do destino comum da humanidade" Karl Jaspers (filósofo alemão, 1883-1968)

"Dança é a única arte na qual nós mesmos somos o material de que ela é feita." (Ted Shawn)
                         
                             O pensador, Auguste Rodin                                       

"Eu sou corpo, por inteiro corpo e nada mais". (Dos Desprezadores do corpo)

"A Filosofia não se fecha em si mesma, ensimesmada, mas abre-se sempre a outrem, busca a relação." Silvio Galo (filósofo brasileiro, professor da UNICAMP)

                                           A dança, Henri Matisse

7 comentários:

  1. Bem, não sei o que comentar, mas queria falar alguma coisa...

    Deixe-me pensar ...

    A filosofia estuda o homem e as coisas que ele produz. A dança é a arte na qual nós somos o material. Não sei por que me veio à mente a questão da Práxis. Como seria uma práxis filosófica dançante?? Seria o que fazemos no filosofança?

    Creio que sim, mas não em sua totalidade, porque ainda nos encontramos no sistema de criação limitada. Entendo aqui como sistema de criação limitada a criação artística que fica presa à técnica tradicional por tempo demais, e que não se cria a partir de novos conceitos, novas misturas, outros olhares, outras realidades. Creio que essa práxis poderia se desenvolver. Analisar a realidade através da nossa visão, sentir, se integrar, e fazer disso uma analise filosófica da qual surgiria uma dança com um conteúdo próprio, se transformando, assim na prática filosófica/dançante.

    Claro, falo aqui da filosofia na sua raiz mais profunda, e não no seu linguajar difícil e muitas vezes confuso, e sim nessa afirmação:

    "Nossa filosofia, se faz a partir de como entendemos ou não o mundo e a vida, nasce do nosso sentimento sobre a vida!" - Miguel de Unamuno

    A filosofia da visão de mundo, do questionar-se, do sentir-se e do observar, que esta esquecida, e que poucos de fato a executam. Essa filosofia misturada à dança que em si mesma é linda porque permite o executor da mesma ser livre, e poder se expressar da forma que achar melhor, resultando na Práxis Filosófica Dançante (PFD).

    De fato, para isso a PFD, requer pessoas que consigam ver esse paralelo entre a dança e a filosofia, como uma unidade, uma ligação entre uma teoria e uma prática artística, que seja capaz não só de encantar com sua beleza, mas de transformar a realidade com sua ação.

    Que ação seria essa? Seria a de através da dança conseguir passar para a pessoa que se propõe a assistir não só movimentos artísticos bem elaborados, como também essa teoria que há por trás de todo movimento, essa carga de conhecimento, de existência própria, de visão filosófica do mundo do qual se faz parte.

    Temos também que sempre estarmos abertos a novas interpretações, porque uma visão estética sobre o que se apresenta enquanto arte requer do interprete uma interligação entre o que esta se vendo, e o que sua experiência enquanto ser no mundo lhe diz. Nem sempre encontraremos pessoas que concordem com o que apresentemos, ou que entendam aquilo da mesma forma com que o filósofo dançarino quis passar.

    A PFD deveria também visar um fim, mas não um fim imediato, e sim de transformação gradativa, onde aquele que a executa é transformado tanto quanto aquele que a recebe.

    Por fim, creio que a inter-relação entre a filosofia e a dança seja muito mais do que mero pensar, e mero dançar, e que possa de fato criar uma nova realidade e pessoas mais sensíveis aos seus questionamentos, dúvidas, e a busca por si mesma.

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  2. Incrível!!! Filha, é isso... O Filosofança é PFD.
    Calma, não fica ansiosa, porque estamos no caminho de conseguir essa autonomia, de dançarmos do nosso jeito e termos coragem de assumir e divulgar nossa concepção de mundo. Você topa continuar junto comigo e com todos os outros filosofânticos nessa busca?

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  3. Gostaria de levantar uma questão, posso estar errado, me corrijam caso esteja. Se a filosofia não se fecha em si mesma (em si mesmada), mas se abre a outrem, Como e por que desenvolver uma linguagem própria na dança, se a mesma será mostrada a outros? Duas pessoas que falam linguagens diferentes não se entendem, como estabelecer um diálogo com o público quando este fala uma língua diferente? Como exemplo gostaria de citar nossa coreografia fusão (a que nós dançamos com a música do gun's), estabelecemos uma linguagem própria, nossa, mas que não foi bem compreendida pelos críticos.

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  4. O dia que a filosofia se fechar a si mesma ela deixará de ser filosofia. Desde a antiguidade a filosofia tem um caráter abrangedor do todo, todo tipo de conhecimento cabe a filosofia cuidar. Ela admiti a visão da pessoa, sua crítica, seu modo de pensar. Se estivesse fechada e não se mostrasse e aceitasse intervenções de outros seria ciência.

    A dança compreende toda e qualquer linguagem, e como eu coloquei acima, o público sempre vai entender a dança com uma linguagem estética própria. No caso da crítica, a esteticidade deixa de ser baseada em visão própria, e adota certos critérios de julgamento.

    Ao adotar uma linguagem própria você esta dando a dança e a filosofia oportunidade de se fazerem juntas, sem certos tipos de regras de criação, ou de apresentação. Para a PFD o que importa é a visão de mundo e de movimento do artista, que colocará toda a sua realidade no trabalho, e a partir disso criará novos mundos.

    Por mais que o público possa falar uma linguagem diferente, ele sempre vai interpretar o movimento, e por causa disso vai haver uma compreensão própria do mesmo. Agora, se você acha que dialogar com diferentes interpretações de mundo é algo inútil então saia da arte, porque enquanto arte que cria novos mundos a partir da visão estética ela sempre irá causar diferentes tipos de linguagem e de interpretações, porque não somos seres humanos iguais.

    Porém se você pretende criar sempre dentro da técnica, sem ultrapassá-la enquanto artista, criando uma técnica própria, então você estará mais preocupado na visão crítica, em que um crítico de dança, que permanece fechado nas técnicas e nas regras de criação, irá te dizer o que está certo e o que está errado na sua coreografia. Bom isso para mim, é algo sem sentido, porque o crítico além das regras e técnicas fecharia sua possível visão estética, e não levaria em conta o que toda uma analise verdadeiramente estética poderia dizer.

    Para finalizar, todo mundo tem uma linguagem diferente, se elas não se entendem então concerteza o mundo viveria em guerra e em discórdia, e uma das linguagens universais ale do símbolo, e dos números, é o movimento. E entre a questão da criação para o crítico, e para o público, lembre-se sempre que não é possível agradar nem gregos nem troianos.

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  5. É isso aí, filha!!!
    Agora, filho, claro que quando criamos nos preocupamos, em um primeiro momento, se as pessoas vão gostar do que fizemos, se vão entender, se vão achar que dançamos bem (utilizando a técnica corretamente), se nossas idéias são interessantes, novas, originais... Pensamos em muitas coisas para criar e, muitas vezes, é justamente por pensar demais que inibimos nosso potencial criativo.
    A Filosofia não é ensimesmada; embora alguns filósofos tentem torná-la assim, atividade de poucos, de semi-deuses, acham que descobriram a VERDADE inquestionável e só gênios, pessoas especiais, são capazes de compreendê-la e bla, bla, bla. A Filosofia pressupõe a relação com o mundo, a relação entre os homens e, como a Gabi disse muito bem, ela se refere à totalidade, à busca de uma concepção de mundo que reintegre os seres e não que os desagregue. Agora, a questão aqui é: não é porque a Filosofia não é ensimesmada e que o artista busca a sua concepção de mundo autêntica, que será expressada em sua performance, que há uma contradição entre essa relação entre Filosofia e arte. Quando o artista busca sua visão de mundo original ele não está se fechando em si mesmo, mas ele, ao contrário, está se reintegrando ao mundo e aos outros, porque falará de sua verdade, de sua essência, daquilo que é profundo para ele e isso é comunicável entre todos os seres humanos. Nossa essência é parecida, o que é verdadeiro para mim será visivelemte verdadeiro para quem me vê, quem me ouve, quem me toca, etc. Além disso, a arte não é para ser entendida, explicada, ela é para ser sentida, vivida, tem a capacidade de provocar sensações, afecções em quem entra em contato com ela. Por isso também não é ensimesmada, por mais que o artista esteja falando de si mesmo, tanto um super intelectual como um mendigo de rua certamente terão sensações ao se deparar com ela. Pense nisso. Beijo grandão, bem dançante e empolgado.

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  6. Bem...eu não sou uma pessoa que "domina" a filosofia e nem que "domina" a dança ou qualquer tipo de expressao artistica,mas tambem vou colocar minha opiniao.
    Acho que a PFD é mais clara no processo de criação do que no produto final porque querendo ou não estamos presos as tecnicas de dança, ao publico e por ultimo aos criticos e as comparaçoes.A dança como a Dili falou é para se provocar sensações, é muito por assim dizer "subliminar"(coloco essa palavra pq a outra me fugiu ¬¬'), ja a filosofia e muito ligada a razao.Então quando estamos criando acho que e a tão esperada junção da razao com a sensação, pois para criarmos precisamos refletir se questionar do que vamos fazer e como vamos fazer, e tambem nos permite experimentar o que leva as sensaçoes que a dança proporciona.Quanto ao produto, creio que podemos sim unir uma boa tecnica ao nosso jeito de se movimentar, claro,quando vc se apropria da tecnica, nao quando vc meramente copia o professor ou algo do tipo.E com relação ao publico, bem como vcs mesmas colocaram (Gabi e Dili), somos seres humanos porem nao somos iguais.Eu sou o que eu experimentei e vivi, as experiencias sao diferentes entao as visoes sao diferentes e consequentemente a maneira que ela vai entender o que eu produzi vai ser diferente.Ate pq vao ter pessoas que simplesmente nao vao intender(kkkkkkkkkkk), mas cabe a nos difundir e saber lidar com essas coisas.

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  7. Olá.... meu nome é Alessandra e estudo filosofia. Quero fazer um trabalho acadêmico sobre dança e filosofia. Tenho 10 anos de dança do ventre. Quero falar sobre a filosofia da dança, explicando sobre o sentir a dança, usando todos os nossos sentidos separados.... etc resumindo.... Quero falar sobre a dança para deficientes físicos... de como a dança é importante no modo de perceber o mundo.

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