quarta-feira, 25 de agosto de 2010

MÁRCIA DUARTE, CHICÃO E FILOSOFANÇA: levante a mão quem quer jogar!!!

Nesta quarta-feira, a diretora, coreógrafa e professora Márcia Duarte fez uma visita ao Centro Educacional São Francisco de São Sebastião (onde estudam vários integrantes do Filosofança) para passar aos alunos dessa instituição de ensino um vídeo-aula sobre o espetáculo “Humos/Kaos, Levante a Mão Quem Quer Jogar”, que surgiu a partir de uma adaptação de jogos-cena criados no processo do espetáculo Húmus e como conclusão da sua tese de doutorado “quando a dança é jogo e o interprete é jogador: do jogo ao corpo do jogo a cena”, que tem como principal objetivo encontrar novas formas de expressão cênica para quebrar o tabu dos estilos fechados. A idéia era montar uma improvisação na dança, como no teatro, ao invés de uma coreografia preparada. Porém, como elaborar uma improvisação na dança fazendo com que os dançarinos interajam entre si com a linguagem corporal criando uma cena sem um planejamento prévio? Foi justamente esta questão que Márcia procurou responder tendo em vista o tema vida e morte, levando em consideração que a única certeza da vida é a morte. Por isso se inspirou no mito do deus grego Dionísio, deus do vinho, da festa. A partir da construção de jogos simples como “corda-cobra” e “caça e caçador”, para que houvesse uma participação do público na formação da dança, que deixa de ser “contemplativa para ser participativa”, o projeto busca a construção de um percurso individual, mas que necessita encontrar com outros interpretes para executar os jogos em grupo, ou seja, partindo de uma construção individual para depois integrá-la ao grupo. O espetáculo mostra, através das brincadeiras infantis apresentadas, um antagonismo entre o imaginário e o real. Por exemplo, a criança brinca de corda e a corda, em determinados momentos da vida, pode se transformar em uma arma fatal. Conforme o jogo se desenvolve as regras vão se tornando mais difíceis, como se os interpretes tivessem que passar por níveis em um jogo de vídeo game. Cada jogo é um rito de passagem que se associa ao prazer da vida que só existe se houver dor. Há também uma interprete que de olhos vendados representando o “destino cego”. Este escolhe quem vai jogar e no final do espetáculo, após matar a todos, dá crises de risos. A improvisação coletiva transmite uma mensagem de evolução relacionada com tempo, ou seja, o tempo passa, um dia deixamos de ser crianças, no outro já estamos velhinhos e logo chega a morte; isso nos faz refletir se estamos aproveitando cada segundo sem deixar que os problemas que nos rodeiam nos perturbem e façam com que joguemos o nosso tempo no lixo. “Se a morte é a paga da vida que se faça valer o prazer de viver!” (Yasmin Gomes)




JOGO PERSONAL

UMA CENA EM JOGO
CONFRONTO-TE E VOCÊ ME RESPONDE
NÃO SEJA TÃO DRAMATICO
VAMOS DESENVOLVER O MOVIMENTO


VAMOS RESOLVER QUEBRANDO A REGRA
QUERO SER O FOCO
VOCÊ É MINHA DISTRAÇÃO


A MENOS QUE VOCÊ ACHE A SAÍDA
TU SERÁS O JOGADOR
E EU A CRIAÇÃO


O TEU ESTILO É INVISÍVEL
MEU REFLETIDO NO ESPELHO
QUESTIONA A VIDA NA MORTE


A GENTE JÁ MORRE AO NASCER
ENTRANDO EM UM JOGO VIRTUAL
ONDE A SOMBRA É A PRÓPRIA LUZ


GASTANDO ENERGIA E A DIVINDADE
ENTRANDO EM TRANSE NO CONTATO PRESENTE


JOGO, FESTA, RITUAL, FILOSOFIA
NO ESPETÁCULO DA DANÇA


O QUE DEMORAMOS EM DEZ ANOS
FAÇO EM SEGUNDOS NA POESIA
VOCÊS PARTICIPAM COMIGOS!


AUTORIA: MIGUEL POETA
DATA: 25/08/2010
HORA: 10:44 am
INSPIRAÇÃO: DESTINO CEGO, PROFESSORA DE DANÇA, MARCIA E DILI

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