segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Para aqueles que tem a intensidade na essência...
http://www.youtube.com/watch?v=mWIwX4ep2I4&feature=youtube_gdata_player

"Viver doeu tanto em mim,
que nasceu um beija-flor.
Tem asas tão ágeis e certeiras!
E o dom de apaziguar as tempestades...

Aprendeu a voar.
Teve medo do céu.
Mas viu que o azul era da cor do seu coração.

Bastou deixar o coração colorir todo o seu corpo...
Ficou tudo leve
E o voo existiu sem penar.

Pena?
Senti pena de mim!
Mas da pena surgiu a possibilidade de voar" (Dili).

"Entendi.
Meu coração não bate:
salta,
gira, 
dança o desassossego
da minha alma de criança.

Pensei que viver era uma ciranda.
Quis brincar de existir.
Mas outras crianças 
careciam de infância.

Abri o peito,
vesti as asas 
e fui brincar com as nuvens" (Dili).

sábado, 10 de novembro de 2012

NÃO SOU POETA
MAS ME PERMITI POETAR...
"Minha arte me pulsa.
Dentro, dentro, dentro...
Mas encontra o pulo mais distante,
aquele que me leve para o êxtase.

Poder viver do que crio pelas entranhas.
As entranhas que brilham
são da cor das minhas escolhas
que fiz agora e na eternidade que respirei.

Se entra é porque foi pra fora o meu olhar.
Se sai é porque um olhar não pode se estreitar.
Estreito sofre de anorexia de desejo.

Posso do conforto voar.
Posso do gostoso viver.
Porque é da minha sensação viva
que a arte surge.
É do sentir, 
da vibração da carne, 
que dou luz à forma bela da vida.
Pequena ou grande" (Dili)
"NÃO SOU NINGUÉM:
INACABADO
NÃO CAMINHO:
TRANSBORDO
NÃO ENVELHEÇO:
FLORESÇO
PORQUE A ROSA
NÃO DISSOCIA.
NASCE ENCOLHIDA,
MORRE EXPANDIDA..." (Dili)
Afectos 

"Apenas um olhar tímido,
uma admiração contida,
um desejo que não pode se expressar.
A ausência de explicação,
a afinidade latente,
mas a afirmação da verdade
diante da insistência da hipocrisia.

Se tenho a alma imoral,
não posso enganar o meu corpo,
que pulsa e anseia.

O silêncio deveria ser a sentença final.
Mas nasci para a voz." (Dili)
Desnascimento

"sofro de desnascimento crônico
venho de uma gestação eterna sem previsão de parto
to prenha de mim

ser em formação com tudo já formado
mas com a marca da falta
falta sempre
carece
isso me faz padecer

padeço pelo ausente 
sem nome
sem cara
sem tempo
sem nascimento

não pode parir o que falta
mas falta saber por que me ausentei de mim

quanto mais perto 
mais distante da resposta

a imensidão é que assegura
a segura
com o ventre aberto 
e o fruto maduro

cai, sai, vai...
de medo virei gesso
branco
límpido
belo
inquestionável

e a vida não brota no instante
o im-provável ficou na cavidade
quente
apertado
seguro

quem decidiu nascer
cresceu de despropósito
virou arco-íris
experimentou o azul

fico aqui
sem vida
desnascendo para a segurança de não morrer"
(Dili)
Reinaugurar o já inaugurado.
Retomar o que já foi presença e constância.
Porque escrever fertiliza a vida,
organiza o vivido,
significa a beleza,
eterniza o momento,
valida a existência.
Eis!!!