quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Nossa primeira história COLETIVA!

Um monstro?

Ontem conheci o meu Dragão. O seu nome é Desamor. Descobri que ele habita o mais íntimo da minha alma e que está tão enraizado dentro de mim, que não consigo me livrar dele. O jeito foi aprender a conviver com sua presença, por muitas vezes desagradável, mas logo fui me acostumando.

Um dia, enquanto passeava pelas ruas da cidade, algo me chamou a atenção... Era enorme e sombrio e sua cor era a cor da minha alma. Eu não sabia se conseguiria suportar aquilo dentro de mim, acusando-me das coisas, como se fosse um algoz sem piedade, perturbador. Eu senti que ele poderia me destruir. Tentei ignorá-lo, fingir que não habitava em mim, porém, quando menos esperei, ele ressurgiu e mostrou uma de suas faces mais horríveis: a crueldade.

Foi naquele dia, enquanto eu passeava pelas ruas da cidade, que eu percebi que todas as pessoas estão acorrentadas a seus dragões. E isso despertou ainda mais a minha atenção, pois esses dragões vivem na parte mais escura e profunda de nosso ser. Essa morada é como uma caverna escura, úmida e fria, onde ele se alimenta de todos os nossos medos e inseguranças, se tornando cada vez mais forte para, no momento certo, devorar o seu dono. Não devia me acostumar com tal besta, e sim enfrentar a face do meu inimigo mais intimo. Então me perguntei: como vencer o meu próprio dragão? Como vencer suas armadilhas? Como realmente retira-lo do meu ser?

Sinto-me fraca, sem forças para lutar. Arrasto-me pelas ruas -completa desolação - pois sei que ele é mais forte do que eu e que precisarei ser mais forte, para não cair nesse profundo calabouço, onde esse dragão insiste em me manter refém. Mas de repente percebo que, sendo leal comigo, não desanimando, tendo coragem de lutar, respeitando a mim e aos outros, talvez possa me livrar dele. Mas isso certamente não será fácil...

Depois de tanto pensar em como resolver essa questão, criei coragem, vesti minha melhor armadura e fui encará-lo frente a frente. Em meus pensamentos imaginava-o um ser monstruoso: dez cabeças, duas caldas longas e espinhosas, asas enormes, muitos olhos vermelhos como sangue e cinco cabeças cuspindo fogo em qualquer um que fosse enfrentá-lo. Tive muito medo e senti que sozinha não conseguiria enfrentá-lo. Por um momento recuei...

Logo depois, entretanto, descobri que precisava de ajuda. Foi quando resolvi reunir meus melhores aliados: a confiança, com todo seu poder de acreditar em si mesma; a piedade, com toda sua vontade de ajudar; a humildade, que me ajudou a reconhecer que cada um tem seus potencias e seus defeitos, mas que não existe ninguém auto-suficiente, porque sempre precisamos de alguém para nos tornar mais fortes; a inteligência, que me ajudou a criar estratégias de combate; a união, que me ajudou a organizar meus aliados, tornando-nos um grupo; o respeito, que nos ajudou a ver e nos colocar no lugar do outro; a felicidade, que encheu o lugar com toda a sua magia; a simplicidade, que nos ajudou a perceber que devemos nos surpreender mais com as coisas e nos mostrou como não sermos tão fechados e previsíveis; a criatividade, que veio toda desvairada com mil idéias diferentes de combate e, a coragem, que, unida à confiança, nos deu um empurrãozinho para enfrentarmos nosso temido inimigo, pois nos convenceu que poderíamos derrotá-lo.

Enfim, meu exército estava reunido. Eu à frente, a coragem e a confiança ao meu lado, a humildade, a piedade, o respeito e a simplicidade atrás de nós, a criatividade, a união e a inteligência com o nosso contra-ataque e a tímida felicidade ao fundo, deixando o ambiente leve, auxiliando-nos a mostrar o nosso melhor. Mas ainda faltava algo para completar o exército...

Eram eles, os meus semelhantes, pessoas que também estavam acorrentadas a seus dragões. Dragões que cada vez mais as levavam para a escuridão do desânimo, para a amargura e a tristeza. Convidei-os para me seguir, ensinei-os a preparar suas armas, a acreditarem em si mesmos e, juntos, formulamos estratégias coletivas aguardando o momento certo para atacar.

Com isso, descobri que, para vencer meu dragão, não basta meu esforço solitário, porque os dragões dos outros também me afetam. Não basta que eu me volte ao meu "eu" mais profundo e desvende meus próprios desejos e vontades. É preciso também ajudar os meus semelhantes. Somente assim a guerra pode enfim acabar. Mas como fazer tal proeza? Como conseguir ajudar meus semelhantes que, muitas vezes tão habituados a seus dragões, nem se dão conta que precisam de ajuda? Não tenho resposta!

O dragão não afeta só a mim, mas a todas as outras pessoas que estão ao meu redor. Dessa forma, procurei descobrir como me ajudar, porque, com isso, quem sabe, conseguiria ajudar essas pessoas a também se libertar. Poderia oferecer-lhes o meu amor, a minha compreensão, o meu afeto; embora isso não bastasse para acalmar as suas feras. Cada pessoa também precisaria se ajudar, conseguir sentir a si mesma, conhecer o amor próprio e, quiçá, o amor incondicional.

Amor (risos)... Amor? Aquele que, às vezes, pode afogar o meu eu? Esse afogamento, no entanto, pode ser evitado. Basta que eu me encontre também com a dor. Havia me esquecido dela. Sinto a dor, porque ela pode me curar desse fugitivo amor. Ele, excessivo, também se torna uma falácia. Mas quem disse que o amor é ele? Pode ser ela ou qualquer um: indivisível, hipócrita, estúpido, cretino, assassino...

Então o que faço para me sentir mais profunda e intensamente? Descobri que isso é possível se eu, ao invés de querer eliminar o meu dragão, conseguir me transformar nele. Mas para isso não há regras, porque o monstro é uma imitação do ser humano; existe no e pelo jogo dos extremos. Então, se eu for ser humano o bastante, desacredito naquilo que estou falando, que estão falando, que podem falar... E então, nesse momento, sou o próprio DRAGÃO!
(COLETIVO FILOSOFANÇA)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

MÁRCIA DUARTE, CHICÃO E FILOSOFANÇA: levante a mão quem quer jogar!!!

Nesta quarta-feira, a diretora, coreógrafa e professora Márcia Duarte fez uma visita ao Centro Educacional São Francisco de São Sebastião (onde estudam vários integrantes do Filosofança) para passar aos alunos dessa instituição de ensino um vídeo-aula sobre o espetáculo “Humos/Kaos, Levante a Mão Quem Quer Jogar”, que surgiu a partir de uma adaptação de jogos-cena criados no processo do espetáculo Húmus e como conclusão da sua tese de doutorado “quando a dança é jogo e o interprete é jogador: do jogo ao corpo do jogo a cena”, que tem como principal objetivo encontrar novas formas de expressão cênica para quebrar o tabu dos estilos fechados. A idéia era montar uma improvisação na dança, como no teatro, ao invés de uma coreografia preparada. Porém, como elaborar uma improvisação na dança fazendo com que os dançarinos interajam entre si com a linguagem corporal criando uma cena sem um planejamento prévio? Foi justamente esta questão que Márcia procurou responder tendo em vista o tema vida e morte, levando em consideração que a única certeza da vida é a morte. Por isso se inspirou no mito do deus grego Dionísio, deus do vinho, da festa. A partir da construção de jogos simples como “corda-cobra” e “caça e caçador”, para que houvesse uma participação do público na formação da dança, que deixa de ser “contemplativa para ser participativa”, o projeto busca a construção de um percurso individual, mas que necessita encontrar com outros interpretes para executar os jogos em grupo, ou seja, partindo de uma construção individual para depois integrá-la ao grupo. O espetáculo mostra, através das brincadeiras infantis apresentadas, um antagonismo entre o imaginário e o real. Por exemplo, a criança brinca de corda e a corda, em determinados momentos da vida, pode se transformar em uma arma fatal. Conforme o jogo se desenvolve as regras vão se tornando mais difíceis, como se os interpretes tivessem que passar por níveis em um jogo de vídeo game. Cada jogo é um rito de passagem que se associa ao prazer da vida que só existe se houver dor. Há também uma interprete que de olhos vendados representando o “destino cego”. Este escolhe quem vai jogar e no final do espetáculo, após matar a todos, dá crises de risos. A improvisação coletiva transmite uma mensagem de evolução relacionada com tempo, ou seja, o tempo passa, um dia deixamos de ser crianças, no outro já estamos velhinhos e logo chega a morte; isso nos faz refletir se estamos aproveitando cada segundo sem deixar que os problemas que nos rodeiam nos perturbem e façam com que joguemos o nosso tempo no lixo. “Se a morte é a paga da vida que se faça valer o prazer de viver!” (Yasmin Gomes)




JOGO PERSONAL

UMA CENA EM JOGO
CONFRONTO-TE E VOCÊ ME RESPONDE
NÃO SEJA TÃO DRAMATICO
VAMOS DESENVOLVER O MOVIMENTO


VAMOS RESOLVER QUEBRANDO A REGRA
QUERO SER O FOCO
VOCÊ É MINHA DISTRAÇÃO


A MENOS QUE VOCÊ ACHE A SAÍDA
TU SERÁS O JOGADOR
E EU A CRIAÇÃO


O TEU ESTILO É INVISÍVEL
MEU REFLETIDO NO ESPELHO
QUESTIONA A VIDA NA MORTE


A GENTE JÁ MORRE AO NASCER
ENTRANDO EM UM JOGO VIRTUAL
ONDE A SOMBRA É A PRÓPRIA LUZ


GASTANDO ENERGIA E A DIVINDADE
ENTRANDO EM TRANSE NO CONTATO PRESENTE


JOGO, FESTA, RITUAL, FILOSOFIA
NO ESPETÁCULO DA DANÇA


O QUE DEMORAMOS EM DEZ ANOS
FAÇO EM SEGUNDOS NA POESIA
VOCÊS PARTICIPAM COMIGOS!


AUTORIA: MIGUEL POETA
DATA: 25/08/2010
HORA: 10:44 am
INSPIRAÇÃO: DESTINO CEGO, PROFESSORA DE DANÇA, MARCIA E DILI

MOVI MENTE...

Eu movimento
O Movimento
movi      ment 
o
Tudo é
m o v i m e n TO

Tudo dá
m oVI m e n t o
incondicional...

terça-feira, 24 de agosto de 2010


“Estar no mundo sem fazer história, sem por ela ser feito, sem fazer cultura, sem tratar sua presença no mundo, sem sonhar, sem cantar, sem musicar, sem pintar, sem cuidar da terra, das águas, sem usar as mãos, sem esculpir, sem filosofar, sem pontos de vista sobre o mundo (...), sem aprender, sem ensinar, sem idéias de formação, sem politizar não é possível” (Paulo Freire).

sábado, 14 de agosto de 2010



O MENINO QUE CARREGAVA ÁGUA NA PENEIRA

" Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino
que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira
era o mesmo que roubar um vento e sair
correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que
catar espinhos na água
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.
Com o tempo aquele menino
que era cismado e esquisito
porque gostava de carregar água na peneira
Com o tempo descobriu que escrever seria
o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu
que era capaz de ser
noviça, monge ou mendigo
ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de interromper o vôo de um pássaro
botando ponto no final da frase.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
Até fez uma pedra dar flor!
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou:
Meu filho você vai ser poeta.
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os
vazios com as suas peraltagens
e algumas pessoas
vão te amar por seus despropósitos." (Manoel de Barros)

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

ESPAÇO DA DESCOBERTA

Compartilhe conosco o que despertou o seu interesse, a sua curiosidade e te fez refletir nos últimos tempos... Não permita que a sua sensibilidade fique adormecida, por isso sinta o mundo e se espante com ele.

 "Eu tô te explicando pra te confundir
  Eu tô te confundindo pra te esclarecer
  Tô iluminado pra poder cegar
  Tô ficando cego pra poder guiar." (Tom Zé)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Continue a história...

Vamos escrever uma história juntos?
Esse convite é necessário para que ela pertença a todos que sentirem a vontade de contribuir com a sua construção. 
PS: sempre que alguém quiser que a história continue, coloque reticências no final da postagem (...), mas, quem achar que ela chegou ao fim, encerre com um ponto final (.). Em seguida, ela será publicada, na íntegra, nese link.




         Ontem conheci o meu Dragão. O seu nome é Desamor...


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Os desabafos de um pensante-dançante ou dançante pensante

 Hoje só quero desabafar.
Compartilhar com o mundo os fragmentos da minha dor,
as alegrias das descobertas
e a angústia do indeterminado: não saber como agir, o que seguir, quando partir e o porquê de sentir tanto.

Vivo a fase Dom Quixote de um ser a muito inadequado.
 O que é ser adequado?
 É se enquadrar nas regras preestabelecidas para a convivência em certa sociedade? É representar o papel social ao qual você se destina como mulher, como mãe, como professora, como bailarina? É ouvir mais do que falar? É conseguir falar mais do que ouvir? É ter o poder social? É ter o poder da situação? É dominar os outros? É ser dominado pelos outros? É ser obediente? É ser teimoso? É ser humilde? É ser impositivo? É ser isto ou aquilo? É ser isto e aquilo?
  Lembrei-me da música "Dom de iludir" do Caetano, especificamente do trecho cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...
  Dói ser Eu Mesma - myself - sentir o mundo tão profundamente! Cada experiência, uma grande emoção. Ver o mundo com olhos sensíveis, na beira do pranto... Pronto para expressar a intensidade de cada momento. Ir fundo, no fundo, no fundo do poço? Que poço é esse e que água ele reserva? O poço do sentir, da intensidade da sensibilidade, do querer e gostar de sofrer para aprender, para crescer, para melhorar. O poço do pranto, com as lágrimas da minha alma que sente profundamente o mundo em cada respiração, e em cada ação.
  Para Pessoa, o poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a sentir que é dor, a dor que deveras sente... Eu sou um sentidor. Sinto tão completamente que chego a sentir que é dor, a dor que deveras sinto... Sinto deveras... Devo sentir? Não devo nada a ninguém; só sinto completamente. Sou condenada à sensibilidade e não à liberdade, como disse Sartre.

DOM DE ILUDIR (Caetano Veloso)

Não me venha falar
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
E a delícia
De ser o que é...


Não me olhe
Como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a bôca
E não cale na bôca
Notícia ruim...


Você sabe explicar
Você sabe
entender tudo bem
Você está
Você é
Você faz
Você quer
Você tem...

Você diz a verdade
A verdade é o seu dom
De iludir
Como pode querer
Que a mulher
Vá viver sem mentir...

AUTOPSICOGRAFIA (Fernando Pessoa)

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
                   _____

Não tenho ambições nem desejos.
ser poeta não é uma ambição minha.
É a minha maneira de estar sózinho.
               _________

POEMA EM LINHA RETA
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedindo emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.

Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
                                                                        Poema extraído do livro "O EU PROFUNDO E OS OUTROS EUS", Fernando Pessoa, antologia poética, editora Nova Fronteira)


         Sou racional pelo meu corpo. Não consigo mais pensar sem sentir nem sentir sem pensar!
  A angústia é um pensamento ou um sentimento?
  Reverbera em meu corpo os pensamentos angustiados, que tomam conta de mim. Também o tremor do meu corpo angustiado me faz pensar no porquê de cada ato, de cada desejo, de cada escolha (mesmo que seja um questionamento que não encontre nenhuma resposta).
  E novamente Caetano entoa meus pensamentos... Lembrei-me da música:

DESDE QUE O SAMBA É SAMBA (Caetano Veloso)

A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite, a chuva que cai lá fora

Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora

A tristeza é senhora
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura
A noite e a chuva que cai lá fora

Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora

O samba ainda vai nascer
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer
Veja o dia ainda não raiou
O samba é o pai do prazer
O samba é o filho da dor
O grande poder transformador




     Não sei se preciso que concordem e/ou que discordem de mim; que me ignorem e/ou que me mimem, fazendo me importante em seus mundos.
     Só sei, nesse instante, que quero compartilhar as fragilidades da minha alma. Preciso expor a minha humanidade transbordante...


MAS CONFESSO QUE GOSTARIA  QUE COMPARTILHASSEM COMIGO AS SUAS FRAGILIDADES; SE AS TIVER, CLARO.